"Van, The Man!"
No filme "The Last Waltz", que documenta o concerto de despedida dos The Band, Van Morrison é protagonista de uma interpretação incendiária do tema "Caravan", um clássico da sua discografia. Ainda soam os derradeiros acordes da canção, com público e músicos em delírio, quando Morrison abandona o palco dispensando testemunhar os aplausos e outras manifestações de reconhecimento pela sua intervenção. Robbie Robertson, o guitarrista de serviço, aproxima-se do microfone e exclama "Van, The Man!". Mas por essa altura já o ex-líder dos Them estaria a limpar o suor e a recompor-se para reentrar em palco no final do evento com o objectivo de ajudar a fazer os coros de "I Shall Be Released", de Bob Dylan.
Van Morrison é tido como um músico caprichoso e dotado de um feitio pouco menos que insuportável. Durante as apresentações ao vivo mantém uma fria distância em relação à audiência, limitando-se a fazer o seu trabalho. Pode não gostar-se do estilo mas, como ilustra a sua participação em "The Last Waltz", não é por aí que se encontram motivos para dar por mal empregue o dinheiro aplicado no bilhete. De qualquer forma, os registos de Van Morrison em estúdio têm a vantagem de poderem ser consumidos sem ter que se lidar com questões de menor importância.
Toda esta conversa vem a propósito de uma referência que o Aviz fez ao AiFai, aproveitando para confessar que Van Morrison também ali tem um lugar garantido na lista de favoritos. Dado que "Too Long In Exile" é o álbum do músico irlandês que actualmente mais se escuta por aquelas paragens, aproveitei a sugestão e fui escutar novamente esse CD que adquiri, há alguns anos, numa das minhas lojas de eleição: a Tower Records de Picadilly Circus, em Londres. Fica aqui o agradecimento ao Aviz por tão boa lembrança. Sobretudo pela oportunidade de voltar a escutar "Lonely Avenue", um daqueles temas que justificam plenamente a inclusão da função "repeat" nos leitores de CD.
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